Crítica de “O Aprendiz” – A história não contada de Donald Trump que desafia expectativas
Se tem um filme que promete gerar polêmica e discussão, esse filme é O Aprendiz. Dirigido por Ali Abbasi, a produção mergulha na juventude de Donald Trump, muito antes de se tornar uma figura pública controversa e polarizadora. Eu assisti ao longa esperando uma biografia convencional, mas me deparei com algo muito mais intrigante: uma história que revela os bastidores do poder, da ambição desenfreada e das estratégias utilizadas para construir uma das marcas pessoais mais conhecidas do mundo.
A trama acompanha os anos de formação de Trump, interpretado de maneira impressionante por Sebastian Stan. O filme foca especialmente na relação dele com Roy Cohn, vivido por Jeremy Strong, um advogado influente e manipulador que molda a visão de mundo do jovem empresário. A relação entre os dois é tensa e carregada de nuances, mostrando como Cohn ensina Trump a agir sem escrúpulos para alcançar o sucesso. Essa dinâmica mestre-aprendiz é o coração do filme e, sinceramente, me deixou fascinado.
O que mais me chamou atenção em O Aprendiz foi a forma como o roteiro equilibra fatos conhecidos com ficção dramática. Ele não tenta “vilanizar” ou “endeusar” Trump, mas sim mostrar os eventos que o levaram a adotar sua abordagem agressiva nos negócios e na política. A direção de Abbasi é precisa, mantendo o ritmo da narrativa envolvente sem exageros ou apelos sensacionalistas.
Sebastian Stan surpreende com sua interpretação de Trump. Ele capta os maneirismos, a postura e até mesmo o tom de voz de uma maneira que me fez esquecer que estava assistindo a um ator. É um retrato fiel, mas sem cair em caricaturas. Jeremy Strong, por outro lado, entrega uma performance intimidadora como Cohn, um personagem que domina as cenas com sua presença e frieza.
Visualmente, o filme traz uma recriação impecável da Nova York dos anos 70 e 80. Os cenários, figurinos e a fotografia fazem um ótimo trabalho em transportar o espectador para essa época de excessos, onde a ostentação era sinônimo de sucesso. A trilha sonora, com músicas que marcaram a época, complementa bem a atmosfera, sem roubar o foco da narrativa.
Se há algo que pode dividir opiniões, é a forma como o filme aborda os aspectos morais da trajetória de Trump. Ele não oferece respostas prontas nem condenações diretas, deixando ao espectador a tarefa de tirar suas próprias conclusões. Isso pode frustrar quem espera um posicionamento mais explícito, mas, na minha opinião, é uma abordagem inteligente e respeitosa com a complexidade da figura retratada.
No geral, O Aprendiz é um filme que vai além de uma simples biografia. Ele oferece uma análise profunda dos bastidores do poder, explorando como ambição, influência e estratégia podem moldar uma pessoa e, por consequência, o mundo ao seu redor. Se você gosta de histórias baseadas em figuras reais, recheadas de tensão e ótimas atuações, esse filme é uma ótima escolha.
Se você já assistiu, quero saber sua opinião. O filme atendeu às suas expectativas? Deixe seu comentário e compartilhe suas impressões. E se ainda não viu, fica a recomendação para uma experiência cinematográfica envolvente e cheia de camadas.